Luz nas nossas trevas

Ao Senhor elevo a minha voz e clamo; com a minha voz suplico ao Senhor. Derramo diante dele a minha queixa; à sua presença exponho a minha tribulação. Quando o meu espírito desfalece dentro de mim, tu conheces a minha vereda. No caminho em que ando, eles me escondem uma armadilha. Olha à minha direita e vê, pois não há quem me reconheça;
nenhum lugar de refúgio, ninguém que por mim se interesse. A ti, Senhor, clamo, e digo: tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes. Atende ao meu clamor, pois estou muito fraco. Livra-me dos meus perseguidores, pois são mais fortes do que eu. Tira a minha alma do cárcere, para que eu dê graças ao teu nome; os justos me rodearão quando me fizeres esse
bem.
” (Salmos 42.1-7)

 

Existe muita pressão para que tudo gire ao nosso redor ou para sermos aceitos pela sociedade e pelas pessoas ao nosso redor. Isso está levando muitas pessoas a enfrentar sérios problemas psicológicos, ficando desesperadas e em busca de alguma solução.

 

O que fazer nestes momentos?

 

Os Salmos 42 e 43 fazem parte do mesmo “hino”, apesar de terem sido divididos. Tanto é que o refrão fica dividido nos versos 5 e 11 (cap. 42) e depois no verso 5 (Cap. 43). Foram escritos para descrever um estado de alma e para despertar os ouvintes a colocarem e centrarem suas vidas em Deus. Os Salmos são um dos livros mais honestos sobre a vivência cristã.

 

Deste capítulo 42, podemos tirar 3 aspectos importantes para quando passarmos por momentos de trevas nas nossas vidas:

 

Olhe para Deus (Salmos 42.1-2)

Assim como a corça luta para encontrar água quando está com sede, devemos fazer o mesmo para sentir a presença de Deus no meio da adversidade. E a presença de Deus é superior a qualquer livramento que possamos ter.

Deus não prometeu uma vida tranquila aqui na terra, mas uma eternidade vivida em paz: “O cristianismo não conserta tudo, pelo menos não aqui e agora. Promete, sim, que tudo será resolvido no final da história” [1].

 

 

Ignore o que não edifica (Salmos 42.3)

Precisamos aprender a ignorar as palavras dos outros, mesmo que digam “onde está o teu Deus?”, e ouvir o que Deus tem a dizer sobre nós. Se a nossa vida depender das palavras dos outros, seremos eternamente inconstantes.

Lembre-se, como disse Joel Beeke: “O temor da crítica é uma ameaça maior do que a própria crítica. Quando sentir o temor do homem, deixe que o temor a Deus o impulsione para a frente e para o alto” [2].

 

 

Traga à memória o que lhe dá esperança (Salmos 42.7)

 

Há pessoas que usam o nosso passado para nos derrubar, e devemos dizer-lhes: “Eu era cego perante as coisas de Deus, mas agora vejo. A graça de Deus veio sobre mim, arrependi-me do que fiz. Logo, sou perdoado”.

Lembre-se de que Jesus consumou o nosso pecado na Cruz para que esse pecado não nos consuma mais. Peça-lhe perdão e confie em Jesus como o Seu Salvador e Senhor.

 

Que cada um de nós possa olhar para o amor de Deus e aprender a confiar nele durante o dia para conseguirmos louvá-lo na escuridão da noite.

 

Aproveite e ore: Senhor Deus, ajuda-me a olhar para ti em todos os momentos e a não dispersar o meu olhar perante tantas solicitações; Senhor Deus, ajuda-me a aprender a ignorar aquilo que não me edifica e a não depender da opinião ou validação das pessoas. Senhor Deus, por que hei-de estar desanimado e preocupado? Quero confiar em Ti e ainda Te hei-de louvar.

Tu és o meu Deus e o meu Salvador.

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[1] Michael Horton, Bom demais para ser verdade, p. 141

[2] Joel Beeke, Vencendo o mundo, p. 163

Jónatas Rafael Lopes

Jonatas Rafael Lopes é pastor na Igreja Baptista da Graça, em Lisboa, e pós-graduado em estudos bíblicos. É membro da direção da Convenção Baptista Portuguesa responsável por Apoio a Igrejas. Jonatas é casado com a Filipa Lopes, e eles têm quatro filhos: Raquel, Samuel, Gabriel e Isabel.

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