A Importância da Cooperação na Vida Cristã – Parte 1

Porque é que as pessoas precisam umas das outras?

O presente tema é, na verdade, antigo, mas também atual, já que a nossa referência de ser humano está sempre voltada para a coletividade. Desde o início, quando Deus instituiu a primeira família, Ele informou-nos que não era bom que o homem vivesse só. Somos seres que se relacionam, que constroem relacionamentos.
 
Os seres humanos são seres sociais por natureza. A cooperação e o apoio mútuo são fundamentais para a sobrevivência e o bem-estar das comunidades. Ajudar os outros fortalece os laços sociais e promove um sentido de comunidade.

 

Ajudar os outros pode trazer satisfação pessoal e melhorar a saúde mental. Atos de bondade e altruísmo estão associados a sentimentos de felicidade, redução do stress e aumento da autoestima.
 
Ajudar os outros pode criar um ciclo de reciprocidade, onde as pessoas ajudam umas às outras em momentos de necessidade. Isto cria uma rede de apoio que beneficia todos os membros da comunidade.
 

 

Talvez você esteja a perguntar-se, este blog não é de autoajuda, mas sim evangélico? É verdade, tem razão, e a Bíblia é bem clara sobre estas questões, pois somos seres que se relacionam com o Divino e com o próximo. Precisamos ajudar uns aos outros, precisamos ter empatia pelo sofrimento do outro, precisamos relacionar-nos com Deus, pois esta é a vontade d’Ele, mas Ele também nos ensina a necessidade de amar uns aos outros, de cuidar daqueles que estão a sofrer, de alegrar-nos com os que estão felizes.
 
A cooperação e o trabalho em equipa são frequentemente necessários para resolver problemas simples e complexos. A ajuda mútua permite que as pessoas combinem recursos, conhecimentos e habilidades para superar desafios. E todos nós sabemos que temos grandes desafios a serem realizados: a nossa família precisa conhecer Jesus, Portugal precisa conhecer Jesus, o mundo precisa conhecer Jesus. Não podemos transferir a nossa responsabilidade para outros. Não conseguiremos fazer tudo, mas também não podemos ficar sem fazer nada.
 

 

O crescimento espiritual entre duas pessoas é um processo enriquecedor que fortalece a fé, aprofunda o entendimento das Escrituras e constrói uma amizade baseada em valores cristãos.
 
Qual tem sido o nosso papel na cooperação mútua? Ah, amados, como gostaríamos que em nossas igrejas não houvesse conflitos, como eu gostaria que a irmã… fosse diferente ou que o irmão… aprendesse a respeitar as outras pessoas. Esse é um trabalho de “formiguinha” que cabe a todos nós. Além disso, devemos fazer uma pergunta franca a nós mesmos: será que sou eu um pacificador ou será que sou eu quem estou a colocar gasolina no fogo? Provérbios 26.20 ensina-nos que: Sem lenha o fogo se apaga; sem o caluniador morre a contenda.
 

 

Outra questão é as pessoas viverem isoladas dentro das Igrejas. Participam, frequentam, ajudam, mas buscam viver isoladas, não compartilham da comunhão, têm sempre o “pé atrás com todos”, sempre desconfiadas. Paulo, ao escrever a carta aos Romanos 16.19, ensina-nos a sermos excelentes para o bem e inocentes para o mal. Lembro-me também da passagem do filho pródigo, quando o seu irmão, que havia ficado em casa, não se alegrou com o retorno do seu irmão, e o seu pai disse em Lucas 15.31-32: “Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.” O filho mais velho não havia entendido que tudo ele já tinha e que era justo comemorar a alegria do seu irmão mais novo.
 
Não estou aqui para exercer juízo de valor sobre ninguém, pois acredito que muitos já viveram muitas desilusões ao longo da sua vida, onde foram magoados e hoje têm receio de criar laços de amizade. Contudo, devemos procurar quebrar essas barreiras, para o seu bem e para o bem da coletividade.
 

 

Provérbios 27.17: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro.” Este versículo enfatiza a importância de ter alguém ao nosso lado que possa ajudar-nos a crescer espiritualmente, desafiando-nos e incentivando-nos. Mas será que não é este o motivo pelo qual queremos viver isolados? Será que tenho medo de ser chamado à atenção pelo meu comportamento, quando a pessoa me conhecer melhor?
 
Sei, meus amados, que este assunto, por vezes, é desconfortável, mas na caminhada cristã deparamo-nos com situações análogas, de irmãos que se isolam porque têm a “Síndrome de Adão”: não reconhecem o seu erro, tentam culpar outra pessoa pela sua ação e procuram esconder-se.
 
Concluo dizendo que a cooperação é vital na vida cristã, tanto ao nível pessoal quanto comunitário. Ela fortalece a fé, promove a unidade e multiplica o impacto das ações cristãs no mundo. Incentivar a cooperação em todas as áreas da vida cristã é essencial para viver plenamente os ensinamentos de Cristo e para construir uma comunidade de fé robusta e resiliente.
 
Vou falar baixinho e quero que fique só entre nós este segredo: eu preciso de você e penso que talvez eu possa te ajudar um “bocadinho”, vamos todos caminharmos juntos?
 

 

Que as igrejas e os irmãos continuem a cultivar a cooperação, seguindo o exemplo dos primeiros cristãos e dos ensinamentos bíblicos, para que possam ser luz e sal na terra, refletindo o amor e a graça de Deus em todas as suas ações.
 
Deus abençoe a sua vida.
 
Pr. José Herculano
Pr. José Herculano Vieira Júnior
Igreja Evangélica Baptista de Santarém, Missão Torres Novas e Alcanena.
Casado com Sandra Vieira
Filhos: Jéssica Vieira e Rodolfo Herculano
55 anos
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